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Transtorno de Personalidade Borderline: Evolução histórica.


Bom, hoje vou postar um artigo cientifico do autor Ailton Bedani, então na verdade desta vez não emitirei minha opinião por se tratar de um texto de cunho tecnico e de carater informativo. Aproveite o texto, aprenda mais um pouco sobre o que você tem, afinal conhecimento é poder e acredito que para nós é o poder para começar a mudar!

BREVE HISTÓRIA DOS

"FRONTEIRIÇOS"

(AILTON BEDANI)

Em 1801, Philippe Pinel relatou um sério distúrbio de comportamento, a mania sem delírio (manie sans délire). Os pacientes afetados por tal patologia, de acordo com Pinel, eram completamente tomados por um “instinto furioso” e uma “sanguinária crueldade”, mas não manifestavam qualquer disfunção no plano intelectual. Vítimas de uma “insanidade” que os devastava afetivamente, mantinham perfeitamente intactas, entretanto, suas capacidades intelectuais.

O psiquiatra inglês C. Hugues utilizou, em 1884, o termo borderline para definir um grupo de indivíduos que oscilavam entre os limites da demência e da normalidade: “o estado fronteiriço (borderline) da loucura compreende um grande número de pessoas que passam a vida toda próximos desta linha, tanto de um lado como de outro”.

Em 1911 o psiquiatra suíço Eugène Bleuler descreveu a esquizofrenia latente, um distúrbio mental que conteria, em germe, todos os sintomas e combinações de sintomas que estão presentes nos tipos manifestos de esquizofrenia. Os indivíduos desse grupo, observou Bleuler, apresentavam um comportamento social convencional e nunca haviam manifestado seja um episódio psicótico bem definido, seja um rompimento substancial com a realidade. Porém, em camadas subjacentes de sua personalidade, seriam portadores de elementos de esquizofrenia.

Um exemplo de esquizofrenia latente, descrito por Bleuler: “...outro tipo, com uma pronunciada irritabilidade: uma jovem normal e inteligente se casa aos vinte anos e vive feliz por mais de cinco anos. Muito gradualmente torna-se irritável, gesticula enquanto fala, suas peculiaridades aumentam continuamente; contudo, nenhuma empregada pára na casa. Briga constantemente com seus vizinhos. Dentro de seu próprio grupo familiar converteu-se numa tirana doméstica insuportável, que não reconhece seus deveres, apenas seus direitos. [...] provoca transtornos constantemente com suas reclamações e caprichos. [...] não obstante, mostra-se completamente indiferente para coisas importantes, como a relação com seus familiares próximos. Não gosta dos filhos, é incapaz de comportar-se. [...] Não se notou qualquer pista de sintomas paranóides ou catatônicos” (os itálicos são nossos).

Em 1921, Ernest Kretschmer descreveu os temperamentos esquizóides e ciclicóides. Os “ciclóides” teriam uma vida afetiva marcada por uma sobreposição ou oscilação entre a hipomania (comportamento fogoso, sanguíneo, explosivo) e a melancolia (comportamento meditabundo, conformado, profundamente triste); contudo, seriam pessoas muito afetivas (“eles tem sentimentos, isto é, coração”), raramente irritadiças ou anti-sociais. Os indivíduos esquizóides, por sua vez, pendulariam entre a excitabilidade (temperamento ultra-sensível, nervoso, magoado) e a apatia (frieza, sentimento de que há uma placa de vidro que o separa do mundo, embotamento afetivo). Ao contrário dos ciclóides, os indivíduos esquizóides seriam ensimesmados, extremamente tímidos, impassíveis e apáticos (“podem ser frios em seus modos [...], tiranos ou, ainda, indolentes, inertes ou irônicos”), internamente hipersensíveis (“buscam a solidão para ‘se envolverem na seda de sua própria alma’”), sérios (“sem ressonância evidente para a tristeza ou alegria”), e em perpétuo conflito psíquico. Kretschmer notou, também, que nem todos os esquizóides caminhavam para a uma psicose declarada, para uma séria “enfermidade da mente”.

Em 1924, E. Minkowski insistiu na clara separação entre esquizoidia e esquizofrenia. E Claudel, em 1926, introduziu a noção de esquizomanias para designar certos estados patológicos que se passam sobre um fundo esquizóide (após dificuldades afetivas ou toxico-infecções) e que se caracterizam por desadaptação ao meio, com sonhos mórbidos, comportamento bizarro e, às vezes, negativismo e reações violentas.6

Em 1925, o então psicanalista e, posteriormente, criador da Orgonomia, Wilhelm Reich, apresentou uma ampla investigação sobre o funcionamento dos caráteres impulsivos. Reich caracterizou-os como indivíduos que “se entregam sem freios aos próprios impulsos”, que funcionam de modo associal (eventulamente, de modo anti-social) e que complicam e destroem, sistematicamente, a própria existência. Em seu brilhante estudo, Reich concluiu que, naqueles peculiares indivíduos, as exigências impulsivas eram preponderantemente difusas, não eram dirigidas a objetos específicos, não estavam ligadas a situações determinadas, freqüentemente variavam em natureza e intensidade e eram totalmente dependentes das condições do meio .

Um caso de caráter impulsivo, descrito por Reich: “Uma paciente de 19 anos recorreu à análise devido ao torturante pensamento de que o mundo iria acabar ou se desintegrar toda vez que ela fizesse algo errado. Sempre que tinha algum trabalho a fazer, não podia deixar de pensar: ‘Porque eu deveria trabalhar, se amanhã o mundo vai acabar mesmo?’. No dia seguinte, sempre ficava muito surpresa ao constatar que ‘apesar de tudo, o mundo não acabou’. Contudo, a paciente não mostra nenhum traço de ansiedade manifesta; suas fantasias de fim do mundo eram acompanhadas, muito mais, de um sentimento de desolação e vazio — ‘tudo está morto, desolado; às vezes espanto-me que as pessoas ainda se movimentem’. Embora estes estados de despersonalização sempre estivessem ligados às fantasias do fim-do-mundo, eles também ocorriam independentemente de tais fantasias, várias vezes por dia. No início do tratamento, a paciente de forma alguma sentia como patológica suas fantasias e afirmava crer realmente na possibilidade de um fim-do-mundo. Às vezes, a paciente dava a impressão de estar perdida, imersa em estados em que, durante a conversação, ela interrompe a fala, com o ar ausente e olhar no vazio; e, em certos momentos, expressava-se de maneira incoerente. Minha primeira impressão foi de demência precoce; os pais pareciam confirmar tal diagnóstico, pois relataram que ela ficava perdida em seus devaneios por dias a fio, sem vontade de trabalhar. [...] Os sintomas tipicamente esquizóides descritos acima, contrastam com um comportamento que indica uma forte relação com o mundo exterior, marcada por uma obstinação e rebeldia, principalmente para com os pais e a irmã. A paciente se sente extremamente inferiorizada, incapaz de fazer qualquer coisa. [...] Este sentimento de inferioridade está intimamente ligado a uma tendência consciente de autotortura. Um exemplo: ela havia aprendido a cozinhar, sentia-se muito inferior, freqüentemente fazia tudo errado (de forma consciente e deliberada), e seu maior prazer consistia no fato de ser repreendida pela mãe. Ela mesma admite que comete voluntariamente muitos erros a fim de irritar as pessoas e ser insultada. [...] No decorrer da análise, ela se mostra desconfiada, recalcitrante e, após algumas sessões, pergunta: ‘Bom, porque você não me manda embora?’. Esta autotortura é acompanhada regularmente da idéia do fim-do-mundo. Todavia, ela também tortura outras pessoas, particularmente sua mãe: intencionalmente, a paciente passa uma ‘rasteira’ na mãe, a fim de que esta ‘caia e quebre os ossos’. Ela deleita-se em inventar fantasias cruéis com objetivos tanto masoquistas quanto sádicos”.7

Em 1938 o psicanalista Adolph Stern fez referência às neuroses borderline, uma patologia que se caracteriza por narcisismo doentio, “hemorragia psíquica” (termo utilizado pelo autor para descrever a impossibilidade de controle), hipersensibilidade, reações terapêuticas negativas, sentimentos de inferioridade (ancorados constitucionalmente e fincados profundamente na personalidade), masoquismo, rigidez psíquica e física, estado de profunda insegurança orgânica e intensa ansiedade, uso de mecanismos projetivos e dificuldade no teste de realidade.8

Em 1940, Fairbairn publicou suas pesquisas sobre os fatores esquizóides da personalidade. Concluiu, então, que o indivíduo esquizóide apresenta três características fundamentais: uma atitude de onipotência, uma atitude de isolamento e desapego e uma preocupação com a realidade interior.9

Em 1941, Zilborg criou o termo esquizofrenia ambulatorial “para salientar a existência de formas frustras, quase não identificáveis de esquizofrenia, que ao invés de ser encontradiça nos hospitais psiquiátricos, tendia a freqüentar os consultórios e ambulatórios”.10 Os indivíduos pertencentes a esse quadro clínico seriam superficialmente normais, mas poderiam, repentinamente, cometer atos agressivos e anti-sociais.

A psicanalista H. Deutsch expôs, em 1942, suas conclusões a respeito das personalidades “como se” (as if). Nesse tipo de distúrbio de personalidade, “o observador fica com a impressão de que toda a vida de relação dessas pessoas tem algo de falta de genuinidade, e que a despeito de sua aparência de normais, de não possuírem transtornos de comportamento, de estar conservada a capacidade intelectual e bem ordenadas e adequadas as expressões emocionais, apresentam, no entanto, algo de ‘intangível e indefinido’ que leva, inevitavelmente, à pergunta: ‘que será que vai mal com eles’” (os itálicos são nossos)11. Os indivíduos “como se” não manifestariam calor afetivo e suas expressões emocionais seriam formais, semelhantes às de “um ator tecnicamente bem treinado, mas a quem falta algo da vida real”. As personalidades “como se”, apesar de parecerem muito bem ajustadas à realidade, funcionariam, na verdade, como “camaleões humanos” que imitam e se identificam passivamente com o meio ambiente, manifestando uma contínua disposição em adotar as atitudes ou reações que se esperam deles. O indivíduo não teria, portanto, desenvolvido uma personalidade unificada e singular, mas sim, uma personalidade múltipla, volúvel e que muda ao sabor da maré.12

Um caso “como se”, descrito por Grinker, Werble e Dyre: “Paciente retraído, ao qual não se pode adscrever nenhum afeto. Não apresenta alucinações nem delírios; observa-se um defeito em seu sistema afetivo total, exceto em relação ao pai, que provoca no paciente distintas condutas reativas. Não é ‘abertamente deprimido nem ansioso’, tampouco pode-se descreve-lo como ‘irritado ou contrariado’. Não apresenta transtorno grosseiro nenhum; a franca violência e a agressividade o perturbam muito. É bem ciente das coisas, mas não participa; sua conduta pode ser rotulada como ‘estranhíssima’. É descrita da seguinte maneira pela enfermeira que realizou toda a observação: ‘Impressiona mais como desconectado e retraído do que como deprimido’”.13

Em 1949, Hoch e Polatin propuseram o termo esquizofrenia pseudoneurótica para designar “uma condição psicopatológica específica, caracterizada pela combinação de ‘pan-neurose’, ‘pan-ansiedade’ e transtornos pervasivos da esfera sexual, sintomas esses associados a formas brandas de sintomas propriamente esquizofrênicos”.14 Haveria pan-ansiedade já que um estado de tensão estaria presente em todo e qualquer setor da vida do indivíduo, e pan-neurose devido ao fato de que vários sintomas neuróticos (manifestações vegetativas maciças, fobias, mecanismos obsessivo-compulsivos etc.) se manifestariam ao mesmo tempo, tomando conta do paciente e alternando-se constantemente. A sexualidade também se caracterizaria por uma organização caótica e por uma mescla de todos os níveis do desenvolvimento libidinal. Tais pacientes revelariam um comportamento frio e calculista diante de fortes frustrações, mas poderiam vir a se exceder facilmente, diante de frustrações corriqueiras.

Um caso de esquizofrenia pseudoneurótica, citado por Robert J. Campbell: “A paciente era uma mulher branca, solteira, de 38 anos de idade. Embora fosse fruto de uma gravidez indesejada, teve um desenvolvimento infantil normal, convivendo bem com as crianças de sua idade. Com o passar dos anos, a paciente parecia desenvolver uma personalidade progressivamente esquizóide, mas não o bastante para interferir em seu funcionamento. Depois de completar o ginásio, arranjou emprego com um dentista e, alguns anos depois, foi despedida porque o patrão achava que ela perdera todo o interesse pelo trabalho, mostrando-se alheia e distraída. Seus braços pendiam ao longo do corpo e caminhava indolentemente, de cabeça baixa. Depois, a paciente arranjou emprego num hospital começou a queixar-se de dores abdominais. Foi feita uma apendicectomia, mas suas queixas continuaram, e se acrescentaram outras, como fraqueza acentuada e perda de vigor; mas não existia depressão real. Mais tarde, constipação e “sentimentos enevoados” começaram a incomodá-la. A mãe e a irmã irritavam-na muito, porque não a compreendiam e atribuíam suas queixas a simples indolência. A paciente também se queixava que lhe doía o coração. Ao ser hospitalizada, ela parecia disposta a colaborar, mas mostrava-se um tanto ensimesmada. Sempre que tinha que conversar com pessoas por ocasião de contatos sociais, manifestava medo e vergonha, e sentimentos de inferioridade acentuados. Mais tarde queixou-se que sua mente inconsciente pregava-lhe peças e que tinha a sensação de ouvir uma voz que lhe dizia que fosse dormir. Finalmente, esta última queixa cristalizou-se em idéias de referência e de perseguição, e em alucinações auditivas”. 15

Em 1953, Robert Knight apresentou um estudo sobre os estados borderlines, utilizando essa expressão para classificar pacientes muito comprometidos psiquicamente, mas que não podem ser considerados como autênticos psicóticos.16 E observou que certos critérios geralmente usados — ruptura com a realidade, exclusão recíproca de neurose e psicose e a teoria da libido — são insuficientes para se chegar a um diagnóstico correto, um prognóstico preciso e a adequadas direções terapêuticas.

Em 1976, a Nona Revisão da Classificação Internacional de Doenças — Organização Mundial para a Saúde [CID-9 (OMS)], fez referência à esquizofrenia latente ou borderline. Em 1980, no “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders — Third Edition” (DSM-III) surgiu o termo transtorno de personalidade borderline.

Em 1992 a CID-10 apresentou uma nova classificação: transtorno de personalidade emocionalmente instável, tipo borderline. Essa décima versão da CID caracterizou o transtorno de personalidade borderline da seguinte forma:

  • Área da afetividade: Sentimentos crônicos de vazio.

  • Área do comportamento e interação social: a) Freqüentemente se envolve em relações intensas e instáveis, que comumente terminam em crises sentimentais intensas, b) Esforços excessivos para evitar ser abandonado, c) Reiteradas ameaças de suicídio ou atos de auto-agressão.

  • Sintomas e vivências internas: Alterações e dúvidas sobre a auto-imagem, sobre os próprios objetivos e preferências íntimas.

A CID-10 também observou que o transtorno borderline não satisfaz os critérios para o diagnóstico de esquizofrenia.17

Em 1994 o DSM-IV apresentou a seguinte caracterização do transtorno de personalidade borderline:

  • Área da afetividade: a) Sentimentos crônicos de vazio, b) Instabilidade afetiva devido a marcante reatividade do humor (p. ex. intensos episódios de disforia, irritabilidade ou ansiedade, que geralmente duram horas) c) Raiva intensa ou inapropriada, ou dificuldade em controlar a raiva (p. ex. freqüentes episódios de raiva descontrolada, brigas físicas recorrentes)

  • Área do comportamento e interação social: a) Um padrão de relações interpessoais intensas e instáveis, que se caracterizam por extremos de idealização e desvalorização, b) Esforços intensos para evitar o abandono real ou imaginário, c) Comportamento suicida recorrente, gestos, ameaças, ou comportamentos de automutilação, d) Impulsividade em pelo menos duas áreas que são autolesivas (p. ex. gasto de dinheiro, sexo, abuso de drogas, dirigir sem cuidado, bulimia etc.)

  • Sintomas e vivências internas: a) Distúrbios da identidade: auto-imagem e/ou senso de si mesmo instável de forma intensa e persistente, b) Ideação paranóide transitória e relacionada a stress ou sintomas dissociativos graves.

Assim como a CID-10, o DSM-4 considerou que o transtorno borderline “não satisfaz os critérios para o diagnóstico de esquizofrenia”, nem para o diagnóstico de distúrbio do humor ou outro distúrbio de personalidade.

Um caso de transtorno de personalidade borderline, citado por David S. Holmes. Trata-se de uma “jovem alta, atraente e inteligente” que descreve a si própria da seguinte maneira: “É muito difícil para mim explicar como me sinto e como me sentia. Os sentimentos realmente me avassalam. Houve vezes em que senti como se fosse explodir por causa dos sentimentos. Era como se minha pele fosse mover-se lentamente e eu me sentia como se tivesse sido apanhada numa armadilha. Eu sentia vontade de gritar ou fazer alguma coisa para aliviar os sentimentos. Eu geralmente escolhia me queimar ou cortar. Isto era um alívio para mim [...] O ato de mutilar-se é uma coisa muito poderosa. Mais do que controle, lhe dá uma sensação de existir. Você vê o sangue ou a carne queimada e você sabe que você é real.

Eu me lembro de me queimar uma vez quando estava me sentindo rejeitada e muito sozinha. Senti uma dor intensa e muito avassaladora por dentro, nas entranhas. A dor era emocional, não física. [...] Eu me senti como se estivesse no espaço, fora de mim. Assim era como eu sempre me sentia quando me feria. Estava entorpecida a ponto de sentir-me fora do meu corpo. É como quando você está sonhando. Você vê a si mesmo do lado de fora e tudo o que está se passando daquele ponto de vista. Eu me sentia muito leve, como se não tivesse peso. [...] Talvez a mutilação física tenha me permitido focalizar minha atenção do lado externo ao invés de na dor interna.

[...] Eu me sentia deprimida a maior parte do tempo. Às vezes senti que não podia prosseguir com a vida. Não é que houvesse algo tão errado com a minha vida, mas tinha algo faltando. É como se houvesse um enorme buraco dentro de mim. Às vezes quando estou sozinha consigo senti-lo — o vazio dentro de mim. Não há nada lá. Tentei muitas coisas para preencher este vácuo — comidas, álcool, drogas, sexo, relacionamentos —, mas nenhuma destas coisas o fez ir embora. Eu quero tanto me sentir inteira, mas eu simplesmente não consigo.”

Em 1994, Jovino Camargo Jr., coordenador do Grupo de Pesquisas da Associação Wilhelm Reich do Brasil (AWRB), propôs o termo estruturas virtuais. A investigação do “funcionamento fronteiriço”, na AWRB, fundamentou-se em quatro pilares: a) no estudo da totalidade da obra de Reich, b) na aplicação consistente do método reichiano de pensamento e pesquisa (o Funcionalismo Orgonômico), c) em uma prática clínica centrada na metodologia terapêutica desenvolvida por Reich (o trabalho sistemático com as defesas) e d) em estudos antropológicos e da teoria da arte. Desse trabalho surgiu uma nova prática terapêutica: a Orgonoterapia Funcional Intermediária (ou Arte Org). O termo estruturas-virtuais designa, em Arte Org, um amplo grupo de pacientes (não só os oficialmente chamados de borderlines) que utiliza, como defesa central, o “ausentar-se-de-si-mesmo” (ou “distanciamento perceptivo de si mesmo” ou “desconexão-ausente”).

Denominações já utilizadas:

Pinel (1801): Mania sem delírio

Prichard (1835): Insanidade moral

Kahlbaum (1884/90): Adolescentes hebóides

Bleuler (1911): Esquizofrenia latente

Reich (1925): Caráter impulsivo

Stern (1938): Neuroses borderline

Fairbairn (1940): Mecanismos esquizóides

Zilborg (1941): Esquizofrenia ambulatorial

Deutsch (1942): Personalidades “como se”

Hoch&Polatin (1949): Esquizofrenia pseudoneurótica

Knight (1953): Estados borderline

CID-9 (1976): Esquizofrenia latente ou borderline

DSM-III (1980): Transtorno de personalidade borderline

CID-10 (1992): Transtorno de personalidade emocionalmente instável, tipo borderline

DSM-IV (1994): Transtorno de personalidade borderline

Jovino Camargo Jr. (1994): Estruturas-virtuais

Fonte:

http://www.org2.com.br/histborders.htm


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